A DGEEC publicou um estudo longitudinal que acompanhou os alunos que ingressaram em cursos profissionais nos anos letivos 2012/13, 2013/14 e 2014/15, de forma a determinar a sua situação três anos após o ingresso (2014/15, 2015/16 e 2016/17).
O objetivo do estudo foi o de apurar a percentagem de alunos que concluem os cursos em três anos, a proporção de retenções, o número de alunos transferidos para outras modalidades e quantos abandonam o ensino.
As variáveis analisadas foram o sexo, idade e escalão de apoio ASE dos alunos, a região em que se insere a escola secundária, natureza do estabelecimento de ensino, área de educação e modalidade de ensino frequentada no percurso anterior ao ingresso.
O estudo concluiu que a taxa de conclusão dos cursos profissionais tem vindo a aumentar (de 53% em 2014/15 para 60% em 2016/17), resultado de uma redução da percentagem de alunos que concluem num período superior a três anos.
Os alunos aparentam beneficiar da permeabilidade dos currículos. A maioria dos que ingressam no ensino secundário profissional frequentou, no 9º ano, o ensino básico geral. Enquanto os alunos provenientes do ensino básico profissional demonstram valores de abandono escolar mais elevados (31% para os CEF, 23% para os cursos vocacionais e 47% para os percursos curriculares alternativos), os alunos do ensino básico geral apresentam taxas de sucesso mais elevadas (70%).
Quanto maior a idade, menores são as taxas de conclusão: alunos com idades iguais ou inferiores 15 anos têm uma taxa de conclusão de 80% enquanto alunos com 17 anos apresentam 43%. Esta análise permite concluir que alunos com maior número de retenções durante o ensino básico têm menor probabilidade de sucesso durante o ensino secundário.
Ao contrário do que sucede no científico-humanístico, a taxa de conclusão entre alunos que não beneficiam dos apoios do ASE é inferior (56%, enquanto os alunos com escalão B apresentam uma taxa de conclusão de 63%). Uma possível explicação “poderá estar relacionada com a perceção pública dominante de que esta via de ensino […] não será a mais adequada para a posterior prossecução de estudos superiores”. Uma vez que os agregados com rendimentos mais elevados têm fortes ambições para que os seus filhos prossigam para o ensino superior, é expectável que apresentem maior relutância em matriculá-los no ensino profissional. Como consequência, estes os alunos que se matricularam em cursos profissionais serão jovens com dificuldades escolares demarcadas. Esta explicação é fortalecida com o cruzamento da análise das idades. Os alunos sem apoio ASE são os que ingressam no ensino profissional mais tardiamente e, como tal, os que sofrem mais retenções durante o seu percurso escolar.
Por fim, o estudo permitiu identificar que as áreas com maior taxa de conclusão foram a saúde, segurança e higiene no trabalho (76%), tecnologia dos processos químicos (75%) e contabilidade e impostos (73%). Contrariamente, as áreas com maiores níveis de abandono foram a construção civil e engenharia civil (28%), serviços de transporte (22%) e eletricidade e energia (20%).
Para mais informações consulte o estudo “Situação após 3 anos dos alunos que ingressam no ensino profissional” da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
Fonte: DGEEC